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Dissertação defendida no mestrado do IA, da Unicamp.
O 'espelho mágico' do cinema iraniano: uma análise das performances dos "não" atores nos filmes de arte.
Resumo:

Esta dissertação analisa as performances dos “não” atores no cinema de arte iraniano, a partir das obras Close-up (Nema-ye Nazdik, 1990, Abbas Kiarostami), Salve o cinema (Salam cinema, 1995, Mohsen Makhmalbaf), Tartarugas podem voar (Lakposhtha parvaz mikonand, 2004, Bahman Ghobadi) e O espelho (Ayneh, 1997, Jafar Panahi). Com base na antropologia da performance, busca-se responder às seguintes perguntas: Quem são os “não” atores? Por que são usados esse tipo de ator em vez de atores profissionais? Quais os métodos empregados em sua direção? Qual a relação que se estabelece entre o ator e o personagem? Para tanto, utiliza-se além da bibliografia pertinente a essa disciplina, ao teatro e ao cinema, o método comparativo, com filmes do mesmo diretor, assim como de outras cinematografias. Conclui-se que não há necessidade do ator ter uma técnica pré-estabelecida, sendo que a direção proposta por esses cineastas requer o mínimo de atuação. O ator-performer vivencia as situações que lhes são impostas e, a partir disso, cria personagens, algumas vezes baseados em sua própria experiência de vida, como em uma grande brincadeira de faz de conta.

Palavras-chave: Antropologia da performance, Cinema iraniano, “Não” ator, Personagens, Direção de atores

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Olhares Femininos sobre o Islã: etnografias, metodologias e imagens
O livro reúne 12 artigos e 3 ensaios fotográficos de pesquisadoras de Islã, no Brasil, trata-se de uma coletânea que interessa não apenas a especialistas, como definiu Miriam Moreira Leite, na orelha do livro, mas a todos atentos às condições da vida contemporânea. Etnografias produzidas nas comunidades muçulmanas (de origem Palestina) de Brasilia e Florianópolis, comunidades muçulmanas em São Paulo, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Lisboa, Turquia atentam ao modo como foram realizadas essas pesquisas (o fazer etnográfico) e as questões de gênero.
FERREIRA, Francirosy, C. B. Olhares Femininos sobre o Islã: etnografias, metodologias e imagens. São Paulo: Editora Hucitec, 2010.


Capítulo Kelen Pessuto:


PESSUTO, Kelen. O Balão Branco e a herança do Zoroastrismo no Islã praticado no Irã. In: FERREIRA, Francirosy C. B. Olhares Femininos sobre o Islã, São Paulo: Hucitec, 2010.    

Resenha por: Tatiana Molero Giordano Link 
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Performance: Arte e Antropologia

Nesses diálogos estão impressas as reflexões de artistas e antropólogos que no final do mês de agosto de 2009, se reuniram na Casa do Lago, Unicamp, para conversar, trocar experiências e inquietações sobre o fascinante bichohomem.
Tanto na Antropologia, quanto na Arte, a grande questão é o contato, a abertura, o dar-a-ver de uma alteridade. Seja o espectador real ou figura ficcional, sejam os universos simbólicos ou práticas cotidianas, nosso impulso primeiro é o admirar. Admirar-se com o outro, com o diverso, com a singularidade do outro. E essa admiração é tantas vezes um impulso amoroso, que nasce de uma vivência, de um contato real, do corpo-a-corpo com o campo, com uma exterioridade. O mundo nos afeta e somos parte permeáveis a ele. Muito permeáveis.
Descobrimos aos poucos, no envolvimento com essa exterioridade, que de forma misteriosa ela passa a ser também nossa casa. O mundo como nossa casa, com cômodos e jardins que antes não conhecíamos, pois há bosques sagrados em todas as partes. Isso pode começar com um simples estranhamento do que nos é mais próximo ( como no artigo sobre a Casa e o Habitar), ou a pungencia de um corpo que dança, encarnando a fé e a festa, ou corpos que tingidos de outros corpos ( outras histórias?), como no Lambe-Sujo de Alagoas, redimensionam o espaço da cidade, transformando-o numa heterotopia: camadas de muitos outros espaços.
O antropólogo instiga o artista a ir além das intrincadas redes das linguagens artísticas, colocando-os de volta no vasto campo da cultura, e é aí onde a arte se reconhece como necessidade, como uma possibilidade de construção de sentidos compartilhados, de pertencimentos – e nesse mundo onde a solidão é uma sombra, a idéia de compartilhar sentidos é, no mínimo, acalentadora e humanizante.
O artista instiga o antropólogo a deixar-se afetar pela exterioridade, nublando a objetividade científica, comprometendo o sujeito, tornando a pesquisa de campo uma relação inter-subjetiva onde se colhe fragmentos de alteridades.
Arte e antropologia nos levam ao fluxo entre a comunidade e a intimidade da casa, entre a intervenção que rompe e a integração que confunde os limites, entre um corpo em ação e um corpo em paisagem, entre o recorte da cena, do quadro, da moldura e a amplidão do imaginário, das formas simbólicas.
Ambas, um fluxo ritmado entre dentro e fora, onde a vivência é que estrutura o método. Arte e Antropologia mapeiam o campo onde o que importa é o admirável bichohomem.

FERREIRA, Francirosy C. B.; MÜLLER, Regina P. (org.) Performance - Arte e Antropologia. São Paulo: Hucitec, 2010.

Capítulo Kelen Pessuto:


PESSUTO, Kelen. O Afeganistão através das lentes de Samira Makhmalbaf: o cinema como performance estética. In: FERREIRA, Francirosy C. B.; MÜLLER, Regina P. (org.) Performance - Arte e Antropologia. São Paulo: Hucitec, 2010.

Resenha por Bianca Tomassi Link
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PESSUTO, Kelen. O jogo de espelhos de Jafar Panahi. Revista Orson. Revista dos Cursos de Cinema do Cearte UFPEL nº2 ano 2012.
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PESSUTO, Kelen. O cinema iraniano e a música interdita. Revista Rever. Revista de estudos da religião. PUC, ano 2013.