domingo, 27 de novembro de 2011

Fotógrafas iranianas

Zohreh Soleimani

Zohreh Soleimani é uma proeminente fotógrafa iraniana, que se dedica ao fotojornalismo e não só a temas pertinentes ao seu país. Ela é famosa por ser uma das primeiras mulheres a fotografar a guerra no Iraque e no Afeganistão.
Zohreh é formada em Artes da fotografia pela Tehran University e teve como orientador Kaveh Golestan, um dos maiores fotojornalistas do país. Ela é contratada da UNICEF e do UNHCR (The UN Refugee Agency) e trabalha como freelancer para Le figaro, Stern, L’humanite, Elle, Welt am Sonntag, Cicero, Jane Magazine, entre outras.

Zohreh Soleimani: Afghan Refugee Camp

Dias após o 11 de setembro, ela foi para o Afeganistão fotografar a vida dos refugiados.
Após a guerra contra o Iraque ser declarada, Zohreh pegou seu carro e dirigiu sozinha até a fronteira, sem motorista e sem tradutor, apenas com sua câmera e coragem e conseguiu entrar no país. Neste período, o Iraque estava vivendo um período de grande turbulência e as pessoas eram mortas e sequestradas, principalmente jornalistas. Mas esse ato, considerado por muitos amigos e companheiros de trabalho como insano, permitiu que sua carreira fosse conhecida internacionalmente.

Principais séries

Presidential Election in Iran (2009)
South America
Zoroastrians in Iran
Iraq
Iraq Curdistan
Herat, Afghanistan
Afghan Refugee Camp

Website

Zohreh Soleimani: Presidential Election in Iran



Newsha Tavakolian


Newsha Tavakolian começou com a fotografia aos dezesseis anos, trabalhando inicialmente para o jornal feminista Zan e, posteriormente, em nove jornais reformistas, todos banidos pelo governo. Aos vinte e um anos já trabalhava em diversas revistas e jornais internacionais, incluindo Colors, The New York Times, Le Monde, Le Figaro, National Geographic, entre outros. Seu principal foco é a mulher, mas também cobriu diversas guerras e conflitos. A particularidade de seu trabalho vem da escolha em realizar uma “fotografia documental”, com cunho social, onde ela realiza uma série de fotos que narram eventos

Newsha Tavakolian: Women in the axis of evil

significativos, como guerras, catástrofes e até comportamentos. Entre suas séries mais conhecidas estão: The thay I became a woman, que retrata as garotas que estão entrando na adolescência; Woman in the Axis of Evil, sobre o comportamento nos países considerados como pertencentes ao “Eixo do mal”, de acordo com o ex-presidente norte-americano George Bush (nesta série ela mostra como o comportamento das pessoas nos países considerados malignos são exatamente iguais aos comportamentos de outros seres ao redor do mundo); Motherhood, uma encomenda da revista Colors, onde ela retrata a maternidade das mulheres iranianas, focando, principalmente, em mulheres divorciadas; sua outra série The fear of kidnapping, se preocupa com as crianças em tratamento contra o câncer no hospital de Bagdá. Todos seus trabalhos têm um tom de denúncia.
Em depoimento, Newsha comenta sobre o que a levou a realizar esta série:
Quando o presidente Bush, o presidente dos Estados Unidos, chamou o Irã , a Coréia do Norte e o Iraque de “ Eixo do Mal”, foi muito engraçado para mim. E eu apenas imaginei como ele achou estas palavras para dizer isto destas pessoas. E eu decidi fazer alguma coisa. E alguns dias depois, eu decidi fazer um documentário, uma história com fotos sobre as mulheres nos países do “Eixo do Mal”. Mostrar como as mulheres se sentem nesses. Eu decidi que antes eu precisava mostrar que não há diferenças entre as pessoas. Talvez a face, talvez a cor, talvez a aparência seja diferente, mas os desejos, as esperanças, a vida, tudo são os mesmos (DOKHTARAN , 2004).

Principais séries

“Listen”
May your wish come true
The day I became a woman
Mother of Martyrs
Persepolis: Persian Pride
Maria
Haj
War Pilgrims
Iran
Iraq
Kosi – River of Sorrow
Blind iranian war vet lives a sighted life

Website

Newsha Tavkolian: Women in the axis of evil


Shadi Ghadirian



Shadi Ghadirian realiza uma fotografia considerada mais artística. Ela se preocupa em retratar a realidade de seu país através de metáforas. Algumas de suas séries são: Unfocused, que retrata as mulheres fora de foco; Like Every Day, que faz uma sátira da condição feminina de ter que cuidar da casa; Be colorful, série de mulheres fotografadas com chadores coloridos, através de vidros empoeirados.
Em entrevista, Shadi Ghadirian fala sobre essa série:
Minha série Like Every Day, é sobre as mulheres que usam chador colorido e elas não têm faces. No lugar de suas faces, nós vemos utensílios como escova, coador, colher, xícara... Eu fiz estas fotos exatamente três meses depois que eu casei, quando eu casei eu conheci um novo mundo que eu não conhecia. Eu me tornei uma mulher que tinha novas responsabilidades e tive que fazer muitas coisas novas, que eu nunca havia feito antes. Eu compreendi que estas responsabilidades envolvem todas as mulheres do mundo. Não apenas do Irã, mas também, no mundo todo (DOKHTARAN , 2004)
Uma característica marcante em seus trabalhos é que são realizados em estúdio, com iluminação artificial e envolvem uma produção com cenários, figurinos e objetos.
Alguns fotógrafos, incluindo Shadi, criaram o site Fanoos Photo, em inglês, para a divulgação de seu trabalho. Nele, estão hospedadas vários tipos de fotografia e é dividido por sessões: arte, esporte, natureza, arquitetura e documentário. O site é permitido pelo governo do país e contém o trabalho de dezenas de fotógrafos.

Principais séries:

White Squar
Nil,Nil
Ctrl+Alt+Del
West by East
Be Colorful
Like EveryDay
My Press Photo
Qajar
Unfocused

Website Fanoos Phtoto
Website Shadi


Shadi Ghadirian: Be Colorful (direita) e Like Every Day (esquerda)















Maryam Zandi




Maryam Zandi é conhecida por realizar diversas séries de retratos, publicadas em livro, na sua própria editora, em Teerã: Portraits (1), A Portfolio of Iranian Literati,1993; Portraits (2), A Portfolio of Iranian Artists, 1995; Portraits (3), A Portfolio of Iranian Film and Theatre Celebrities, 1997; Portraits (4), A Portfolio of Iranian Literati (Vol. 2), 2004.
Recentemente ela estava organizando um livro de fotografias tiradas durante a revolução iraniana, mas o governo proibiu a publicação do livro.

Maryam Zandi: por Kelen Pessuto

Segundo depoimentos de Zandi: "Estas fotos são documentos históricos que tirei durante os dias da revolução, e estou surpresa em ouvir [do ministério] que algumas das fotos são" incorretas "ou" imprecisas. (...) É desconcertante para mim, e bastante irônico, que eles chegaram a um ponto onde eles estão sufocando, suprimindo e censurando a sua própria revolução".


Abbas Kiarostami, por Maryam Zandi


Neste link encontram-se as fotos e comentários sobre as fotos da Revolução que foram, recentemente, censuradas.



Shirin Neshat


Shirin Neshat nasceu 1957, em Qazvin, Irã. Embora ela viva e trabalhe em Nova York, sua arte explora as questões de sua sociedade nativa, o Irã, especialmente a posição das mulheres. Ela usa as especificidades de sua cultura como fundo para criar obras que comunicam ideias universais de perda, o significado e a memória.
Suas fotografias mostram e dizem o que é proibido mostrar e dizer.

Ela é uma artista multimidia que usa também o vídeo em suas exposições.

Recentemente, ela lançou o filme Women without men link.

Em 1997, ela publicou o livro "Women of Allah"


Shirin Neshat: Woman of Allah


Alguns depoimentos foram retirados de Dokhtaran - Filhas da Pérsia, filme sobre as fotógrafas iranianas, realizado por mim em 2004 e que teve roteiro de Natali Zarth.




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